Los Dodjos


“em primeiro lugar,boa noite. eu estavo a cesando a internete.so gue guando eu estavo cesando a minha conta me pediu para estalar o moudo.depos de estalar o moudo o sate da internete naõ guis mais entrar.o gue eu posso fazer.obrigado…assi.carlos”

1. “internete”
Tipo Ivanete, Suzete, Elisabete, nome próprio.

2. “estavo”
“Estava” é feminino, “estavo” é masculino.

3. “cesando”
Algumas palavras do dialeto perderam-se no tempo, e seu significado permanece um mistério.

4. “gue, guando”
O “q” é uma letra sem graça, o “g” faz uma bolinha em baixo, bem melhor. Inclusive o nome dele é Garlos, mas ele errou ao escrever.

5. “estalar o moudo”
– Doutor?
– Pois não?
– Nós o perdemos. Ele se foi.
– Anote a hora do óbito, por gentileza.

k

AMIGA: Ahhh bebê fez a cirurgia!

EU: Ahh fiz! Que engraçado, viu.

AMIGA: Como assêm?

EU: Então, era pra eu chegar no hospital às 5 da matina.

Cheguei às 6.

rsrs

Daí que tive que ficar caçando com quem falar… tipo, pelo que eu fiquei sabendo, as pessoas responsáveis pelas internações não tinham chegado ainda.

Eu falei “caralho, isso porque cheguei atrasada!”

Eu sei que tomamos um chá de cadeira até eu ser atendida, e fazer a internação. Aí cheguei no quarto, a enfermeira veio falar oi e já me mandou ficar nua.

NUA MANO.

Falei “mas eu vou operar o joelho!”

Ela disse “tem que ficar pelada, bem.” E me deu aquele aventalzinho SÉCHI que fica com a bunda de fora. Coloquei, deitei na cama e fiquei esperando até chegar um enfermeiro pra me buscar.

Tinha uma rampinha perto do meu quarto, ele disse “então, a maca está na beira da rampinha, você vai deitada nela, mas preciso que você suba a rampa andando senão não vou conseguir aguentar subir a rampa com você na maca.”

¬¬

Falei “ok”. Fechei meu ROBE com dignidade e fui andando até a maca. Deitei-me, minha mãe veio atrás de mim e ficou falando tchau… acho que ela falou tchau umas 14 vezes.

Daí fui batendo os pés na barriga (espero) do cara, porque eu não cabia na maca. Pedi desculpas.

Então ele me passou pra uma enfermeira, e eu continuei batendo os pés na barriga dela. Apesar que ela era um pouco mais baixa, então pode ter sido que eu chutei-lhe os seios.

Pedi desculpas.

Chegamos na sala de cirurgia e um homem belo veio falar comigo. Tipo, eu acho que era, tava sem óculos.

– Oi, eu sou seu anestesista!

– Oi, desculpa mas eu não consigo te enxergar direito!

E perguntou como eu estava, eu disse que estava muito nervosa, era a primeira vez, que ele podia ter me mandado flores antes de me ver nua (mentira) blablabla. Então ele disse que ia me apagar.

Me colocaram na mesa de cirurgia, tinha ele e algumas enfermeiras, uma delas tava de mimimi com ele. Ele perguntava “tá brava hoje porque?”, e ela fazia cara de bosta. Pensei “ele realmente é bonito e fica xavecando as enfermeiras… que clichê de merda”. E ela sem cerimônia abaixando meu ROBE até a barriga pra colocar os eletrodos em meu peito.

Eis que aparece a cabeça do meu médico no meio do anestesista e de outra enfermeira, eu quase gritei “OOEEEE mais alguém pra ver meus peitos”?

O anestesista furou meu braço, me perguntou da tatuagem, eu falei que tinha sido cobaia e que ele ainda não tinha visto a do cóccix, e acho que foi a última coisa (coerente) que falei. Safadjeenho, colocou remédio sem eu perceber! Só me lembro como se fosse um sonho, eu sentada, a enfermeira falando comigo (não lembro o que) e uma picada nas costas (a anestesia, infelizmente HAHA!)

Então acordei, rica, na sala de recuperação, morta de sede. Pedi um gole d’água, a enfermeira negou. Maldita.

Tava morrendo de sono, adormeci, só que ficava acordando COM MEU PRÓPRIO RONCO. Sem movimentos nas pernas e deitada de barriga pra cima, não tinha como me virar!

Só sei que consegui dormir e acordei com um ronco… mas dessa vez de uma mulher que colocaram do meu lado. Foda… bom, daí me levaram pro quarto… e, claro, o enfermeiro DESCEU A RAMPINHA né. Me levou até a cama, minha mãe lá do lado, sorrindo.

Foi isso… fiquei a tarde inteira lá, comi pra caramba, depois passei mal, quase briguei com o chefe da enfermaria porque queria drogas pra dormir, ele negou, consegui dormir, e tive alta às 18h.

E claro, tivemos outro problema administrativo porque diziam que minha guia de alta estava vindo, mas não vinha. Meu pai conseguiu achar a guia, assinou e eu fui embora, linda e rica… Mas puta que pariu, que sufoco! Muita correria, credo.

AMIGA: Mas agora você está bem, em casa, belíssima.

EU: Sim… num tédio mortal =/

k

 

 

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Comprei uma revista feminina esses dias. Fazia muito tempo que não comprava essas revistas femininas de futilidades, sei lá porque, acho que estou ficando velha.

Daí que me preparei para aquela chuva de matérias sobre sexo, propagandas de cosméticos caros que te deixam mais jovem, dietas, maquiagens, ensaios de moda com roupas carésimas, etc. Tudo estava lá, do mesmo jeitinho que eu me lembrava.

Ou não.

Comecei a ler uma matéria sobre como apimentar o sexo com objetos cotidianos. Bem.

Primeira dica: Fazer um 69 plantando bananeira:

Daí que eu fico pensando que 90% das mulheres que compram essa revista não são modelos esquálidas, que namoram com deuses gregos fortes e másculos. A pessoa que escreveu deve ter pensado nessa possibilidade, já que ao fim da dica está escrito algo como “não se preocupem, da cama vocês não passam”. 

Segunda dica: Transar em cima de um skate:

Tipo… risadas. Muitas risadas. Será que tem gente que realmente faz isso?

Terceira dica: Assoprar o pênis do cara com um canudinho:

Oi?

Quarta dica: Tornar-se uma dominatrix com uma espátula de cozinha:

HASUHAUHSAUHHUA!!! Quer dizer, você saca uma espátula de cozinha, dessas tipo “pão-duro”, e começa a bater no cara! Não acredito!!!

Não sei se sou eu que estou ficando velha. Acho que as pessoas estão ficando sem noção!

k

Enquanto isso, em meu estômago…

– Merlot chileno!
– Presente!
– Provolone!
– Presente!
– Reine!
– Presente!
– Gouda!
– Presente!
– Camembert!
– Presente!
– Gorgonzola!
– Presente!
– Brie!
– Presente!
– Vergonha na cara!

– Vergonha na cara?
– Faltou!

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O maior sonho do homem machista é ser mulher.
Sabe aquela boneca frustrada que sempre critica as colegas do sexo feminino? Que está sempre colocando defeito porque, no fundo, morre de inveja?
O homem machista não pode se dar ao luxo de criticar dessa forma. Então o que ele faz é cobiçar, cobiçar muito, com o que ele acha que é sentimento de posse, ou de domínio.
Mas, na verdade, é o mesmo sentimento da trava invejosa: Querer ser, e não ter.
O macho não quer aquela bunda gostosa pra comer. Porque ele come, come, come, come e nunca está satisfeito: Ele deseja é ter uma bunda daquela. E só quando ele percebe, acidentalmente ou de outro jeito, que a sua bunda é que quer ser gostosa e comida… o cara pira. Literalmente.
Ou vira um louco homofóbico, ou sai do armário de vez, ou vira um dos tantos enrustidos que existem vagando por esse bundão, opa, mundão.

A mulher é o sexo forte. Por isso que gera tanto ódio. Se fosse mesmo o sexo frágil, não ia existir tanta gente, durante tantos séculos, querendo tirar o poder do feminino. Não ia existir tanto homem querendo ser mulher, muito mais do que mulher querendo ser homem.
Não ia existir tanto homem machista.
Sexo frágil é o do homem, que sempre precisa de algum artifício para ter poder: Uma arma, um carro, uma mulher.

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– Oi! Tudo bem?

– Beleza! E aí, você tá bem?

(Equilibrando, na medida do impossível, a falta de vontade de ser igual e o desejo de um amanhecer sem guerras) – Tô bem sim!

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Susto no meio da noite. Gritam na rua! E gritam em outra língua!

Pesadelo! Meu Deus, onde estou? Helsinki, Budapeste, Xangai, na Caxemira, no Butão???

Ah não. Tô acordada, em casa mesmo.  É só um grupinho maldito de bêbados enrolando a língua.

Bando de vagabundo.

k

As pessoas são diferentes. E são suas diferenças que nos fascinam.
Toda essa pluralidade do ser humano: Desde todas as nuances de suas personalidades, seus valores, o que os motivam, até a cor de suas peles, os formatos dos rostos, alturas, enfim: Todas as características, internas e externas, que nos tornam únicos em meio a tantos semelhantes.
Por isso que não se deve ter pré-conceitos sobre o que os outros são ou escolhem.
São essas diferenças, pequenas ou grandes, que guardam toda a magia e o fascínio de viver e conviver.

MAS QUE EU FIQUEI C.A.R.E.T.A QUANDO DESCOBRI QUE VOCÊ DÁ A BUNDA JOÃO, AH ISSO EU FIQUEI!!! EITA NÓIS, NÉ?

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Um ser saiu do seu casulo. Saiu daquele ambiente quente e pegajoso que era seu mundo.
Já houve muitos casulos antes. Eles surgem em volta do ser quando o mesmo é afligido pelas agressões externas: Aquelas que rasgam sua pele e deixam sua carne exposta, tornando o ser numa grande chaga purulenta, ninho de parasitas que crescem, devorando o pus e a carne desse ser.

Então o ser forma o casulo e se regenera.

A saída nunca é suave; afinal, depois de um tempo, o ser acostuma-se com o calor do receptáculo que ele mesmo criou. Porém, ela faz-se necessária ao final do ciclo: o casulo torna-se pequeno para o ser.

Logo após sua saída, o ser foi impelido a desbravar o mundo que antes conhecia: Este sofreu algumas alterações, era preciso conhecê-las. E então o ser ocupou-se em explorar o desconhecido. E assim, algum tempo passou.

Um dia, o ser sentiu-se atraído por uma estranha energia. Ele a seguiu e descobriu que ela pertencia a um outro ser, um ente, que percebeu ser fascinante. E esse fascínio ocorreu porque o ser via no ente muita coisa dele mesmo.

O ser descobriu que não só a sua existência que era inconstante: A existência do ente também era.

Às vezes o ente tornava-se maior do que o ser, e às vezes mostrava-se mais frágil; em alguns momentos era denso e completo, e em outros nebuloso e confuso.

Quando o ser e o ente eram iguais, tornavam-se algo muito maior do que eram quando sós; quando o ser era inferior ao ente, este oferecia sua grandiosidade e havia troca; quando o ser era superior ao ente, protegia-o e outra vez havia troca.

A distância entre o ser e o ente tornava-se cada vez menor. Ficou tão pequena que o ser viu que aquilo que era emanado do ente não era emanado do seu interior. Viu que o ente, na verdade, era algo escuro e sem vida. O que era emanado vinha da superfície, era energia dissimulada. Cheirava mal, era algo podre e asqueroso.

Porém o ser já estava tão próximo que não conseguia mais escapar.

O ente envolvera o ser com seus tentáculos. As ventosas sugavam a energia do ser, que jazia abandonado e indefeso. O veneno das ventosas não causava dor ao ser, muito pelo contrário: sentia um prazer delicioso.

Quando acabou de sugar a energia do ser, deixando-o semi-morto, o ente passou a devorar-lhe o corpo. Inicialmente a pele foi sendo retirada aos poucos, expondo a carne nova, brilhante e indefesa; antes de consumir também a carne, o ente depositou nela toda a sua prole: larvas inquietas e famintas, que cresciam rapidamente e ajudavam a desaparecer com a carne do ser.

Suas entranhas saltaram. O ser, totalmente exposto e vulnerável, começava a perceber o que era feito da sua matéria, mas era tarde demais.

Após saciar-se, o ente deixou o que restou do ser e saiu à procura de outra energia e matéria para se alimentar. Sua aparência era horrenda, porém medíocre. Era a soma de tudo o que havia de mais repugnante e diminuto, e ao mesmo tempo em que era diminuto era imenso em sua mediocridade.

Os restos do ser só tinham força para fazer uma coisa: Construir mais um casulo para sua auto-regeneração.

Os medíocres muitas vezes se vestem de grandeza. E eles realmente podem ser grandes, poderosos e fascinantes em alguns aspectos… Mas sempre serão medíocres: Simplesmente iguais a tantos outros medíocres que parasitam os seres que possuem alguma luz.

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